sábado, 26 de novembro de 2005

Falta de planeamento urbano

Na apreciação das Opções do Plano e Orçamento para 2004 esta Câmara previu que só 1 % residual ficaria sem abastecimento de água no final desse mandato. Pelo que 99 % ficariam devidamente abastecidos com água de qualidade. É verdade?
Previu também esta Câmara que, devido à pressão urbanística e à exigência das pessoas, as zonas mais importantes teriam saneamento no final do mandato que terminou. É verdade?
Que eu saiba nada é verdade, mas também ninguém acreditava nisso.
Mas não falemos agora de promessas não cumpridas.
Combatamos os pressupostos em que assenta a falta de uma Política Municipal:
A água e o saneamento são factores fundamentais que condicionam o planeamento urbanístico e essenciais para um desenvolvimento harmonioso de todo o Concelho.
O telefone, o acesso à Internet, a electricidade, o fornecimento em geral de outros bens e serviços de primeira necessidade já há muito não constituem problema na maior parte da área deste nosso Concelho.
Só aquilo que é da responsabilidade da Câmara falta.
O fornecimento de água de qualidade e a possibilidade de um saneamento eficaz deveriam constituir prioridades absolutas deste Executivo e não são.
A Câmara não pode estar à espera da pressão urbanística para resolver estes problemas; A pressão urbanística só existe na sede do Concelho; Com a continuação da Política Urbana do Município assim será por muitos anos.
A Câmara não faz planeamento, não favorece a criação de pequenos centros urbanos dignos desse nome, anda a reboque dos acontecimentos, cede à tendência de concentração na sede do Concelho, não expande o progresso pela nossa terra.
A água e o saneamento são parâmetros fundamentais para aferir da qualidade de vida da população. A Câmara não pode estar à espera da exigência das pessoas para lhes levar estes serviços.
A necessidade de água e saneamento deriva basicamente do interesse geral baseado em factores ambientais, de sanidade e mesmo económicos e estruturais e não só de interesses particulares.
A Câmara não pode fazer como aquelas pessoas que, para se não ver o lixo que têm em sua casa, o varrem para debaixo dos móveis.
A Câmara não pode estar à espera que as pessoas resolvam estes problemas individualmente. A poluição, a conspurcação do ambiente entram sorrateiramente pelo nosso meio.
O saque da água, o seu uso irracional leva a pensar que embora ricos nesse bem devemos estar alerta e não comprometermos o nosso futuro.
Arrepiemos caminho. Sejamos previdentes.

Obs: Intervenção para o debate do ponto d) da Ordem do Dia da sessão da Assembleia Municipal de Ponde de Lima de 26 de Novembro de 2005.